"Represarei meus pensamentos, Para que em mim se reflitam As estrelas da noite E as luzes da manhã... Deixarei de correr entre campos e gargantas Para sentir a carícia do vento E refletir em minhas águas Os píncaros nevados da montanha. Represarei meus pensamentos Para fixar o vôo dos pássaros, A marcha das nuvens, E o degelo das neves. Deixarei de correr por vales e gargantas, Se, na tranqüilidade de minhas águas, Houver o espelho nítido e profundo Onde se reflita o gesto de tuas mãos E a graça do teu rosto. Então adormecerei no fundo de mim mesmo E sobre meus olhos abertos para a eternidade, Os peixes vindos da noite Tecerão filigranas indecifráveis, Com o reflexo das escamas feitas de lua e sonho..." |
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(PAULO BONFIM)
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